Louçã: começou um novo dia para a esquerda portuguesa

3961318996_81c2ae8505.jpg  O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, agradeceu aos mais de 550 mil portugueses que votaram no Bloco de Esquerda, numa altura em que já era certa a duplicação da bancada parlamentar do partido. "Não há memória de nenhum partido que tenha subido tanto em termos percentuais. O Bloco de Esquerda mostrou ser uma esquerda de alternativa e de resposta que derrotou a maioria absoluta.

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Louçã recordou que o Bloco de Esquerda trouxe uma grande esperança ao país quando elegeu deputados em três distritos. "Mas agora elegemos em nove distritos, alguns deles onde antes a esquerda não tinha voz." Virando-se para o futuro, Louçã anunciou três prioridades imediatas do Bloco. "A primeira é trazer protecção social aos desempregados a quem José Sócrates retirou o subsídio de desemprego. Uma esquerda mais forte terá mais capacidade de lutar para derrotar a precariedade e o Código do Trabalho", sublinhou. A segunda prioridade é acabar com a actual avaliação dos professores. "O PS anda a cantar vitória apesar de ter perdido a maioria absoluta e tantos votos. Mas hoje Maria de Lurdes Rodrigues perdeu o seu lugar", disse, diante de aplausos entusiásticos. "Batemo-nos pela educação, assim continuaremos", afirmou Louçã. A terceira prioridade apresentada pelo coordenador do Bloco foi a aprovação de um imposto sobre as grandes fortunas, para financiar a convergência das pensões com o salário mínimo, e a reforma integral ao fim de 40 anos de descontos. Com o histórico reforço do Bloco, Louçã anunciou um novo dia para a esquerda portuguesa. "Nada será como dantes", sublinhou. "Estaremos na oposição diante das novas privatizações que se anunciam, como a dos aeroportos", prometeu Louçã. Já na fase de respostas aos jornalistas, Louçã observou que o PS durante a campanha escolheu o Bloco como adversário, e o Bloco também escolheu como objectivo retirar a maioria absoluta a José Sócrates. "Já tinha dito, diante do colapso da campanha do PSD, que a disputa era entre a esquerda e a maioria absoluta", observou. "Ainda há dois dias, Vieira da Silva disse que o Bloco de Esquerda era 'roupa velha'. Quero ver o que ele diz agora", concluiu.